Vale: íntegra do relatório de produção de 2008
Veja a seguir a íntegra do relatório de produção da Vale com dados referentes ao 4º trimestre e ao acumulado de 2008. As tabelas foram suprimidas.
AJUSTE AO CHOQUE DE DEMANDA GLOBAL – Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2009 – A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) vem administrando sua produção de acordo com o novo cenário da economia mundial determinado pelos problemas nos mercados financeiros, que provocaram forte impacto recessivo na economia real.
Em resposta ao consequente choque sobre a demanda global por minérios e metais, a Vale agiu proativamente para adaptar sua produção ao novo ambiente. Paralisamos a operação das minas com custo de produção mais elevado e menor qualidade dentro do nosso universo e estamos tomando outras medidas para administrar a produção com flexibilidade tendo em vista nossa avaliação da evolução da demanda no curto prazo.
Os números da produção de minério de ferro no 4T08, com redução de 26,3% em relação ao trimestre anterior, ilustram os esforços que estão sendo feitos pela Vale nesse contexto. Como resultado do excelente desempenho operacional nos trimestres anteriores, a Vale registrou oito recordes anuais de produção em 2008: níquel (275,400 mil toneladas métricas), bauxita (11,7 milhões de toneladas métricas), alumina (5,0 milhões de toneladas métricas), cobre (311,600 mil toneladas métricas), carvão (4,1 milhões de toneladas métricas), cobalto (2,828 mil toneladas métricas), paládio (231,000 mil onças troy) e ouro (85,000 mil onças troy).
MINERAIS FERROSOS
Minério de ferro – A produção de minério de ferro da Vale em 2008 atingiu a marca de 301,7 Mt, apresentando pequeno decréscimo, de 0,5%, relativamente a 2007, quando alcançamos 303,2 Mt 2,3. Esta foi a primeira redução na produção anual de minério de ferro da Vale desde 1999. Entre 2001 e 2007 a nossa produção cresceu à taxa média de 13,4% ao ano, como consequência de ganhos de produtividade e investimentos que possibilitaram o aumento de capacidade para atender à demanda global em rápida expansão.
Dada a contração da demanda sem precedentes ao redor do mundo resultante do profundo corte da produção de aço, o volume produzido de minério de ferro pela Vale no último trimestre de 2008 alcançou 63,3 Mt, diminuindo em 26,3% em relação ao 3T08 e 21,0% contra o 4T07. Os Sistemas Sul e Sudeste, que juntos representam 2/3 da nossa produção de minério de ferro, responderam por 77,6% da redução de 22,6 Mt contra o 3T08.
Devido ao menor teor de minério de ferro em relação à Carajás e à necessidade de utilização de ferrovia da MRS para transportar a produção do Sistema Sul até dois de nossos terminais marítimos – Itaguaí e Ilha de Guaíba – os custos são mais elevados que no Sistema Norte, onde temos o minério de ferro de maior qualidade do mundo. O Sistema Sudeste, que compreende as minas de Itabira, Mariana e Minas Centrais, foi responsável em 2008 por uma produção recorde de 115,4 Mt, contribuindo com 38,3% do volume total produzido pela Vale no ano. No 4T08 o Sistema Sudeste produziu 23,1 Mt, o que foi 30,5% menor do que o 3T08.
O Sistema Sul, composto pelas minas da MBR e Minas do Oeste, produziu 80,5 Mt em 2008, 9,9% abaixo do nível de 2007. A produção no 4T08 diminuiu em 32,3% relativamente ao 3T08. A produção de Carajás alcançou 96,5 Mt em 2008, representando um novo recorde, tendo crescido 5,2% acima do volume do ano anterior. Com a parada para os feriados de final de ano, a produção foi de 22,3 Mt no 4T08 versus 26,8 Mt no 3T08. Pelotas A produção de pelotas atribuível à Vale, onde os volumes produzidos pelas joint ventures – Hispanobras e Samarco – são computados proporcionalmente à nossa participação acionária, atingiu 44,8 Mt em 2008, tendo sido aproximadamente igual a de 2007.
O volume de pelotas de alto forno produzidas em 2008 totalizou 30,6 Mt e o de pelotas de redução direta chegou a 14,2 Mt. Para lidar com a redução de demanda e evitar a formação de estoques excessivos, durante o 4T08 a Vale paralisou cinco das sete plantas localizadas no porto de Tubarão, estado do Espírito Santo. Além disso, duas outras plantas – São Luís, no estado do Maranhão, e Fabrica, no estado de Minas Gerais – tiveram suas operações suspensas a partir de janeiro de 2009.
Com isso, apenas duas das nossas nove pelotizadoras estão operando atualmente. Pelo mesmo motivo, o início das operações da nossa nova planta de pelotização, Itabiritos, foi adiada e a nossa joint venture Samarco permanece com duas das suas três plantas paralisadas desde o final de novembro de 2008. Como consequência da diminuição do ritmo de atividade, nossa produção de pelotas foi de 9,6 Mt no 4T08, tendo se situado em 24,9% abaixo do 3T08.
A contribuição da Samarco para a produção total da Vale foi de 8,6 Mt em 2008, contra 7,1 Mt em 2007. No 4T08, a redução foi de 23,2% em relação ao 3T08. Minério de manganês e ferro ligas A produção de minério de manganês totalizou 2,4 Mt em 2008, 78,7% acima de 2007.
A mina do Azul, nossa principal mina de manganês localizada em Carajás, produziu 2,0 Mt em 2008 versus 1,0 Mt em 2007, quando suas operações foram temporariamente suspensas. Em 2008, a produção de ligas totalizou 475,0 kt, abaixo do atingido em 2007, de 542,0 kt. Em 2008, nossa produção de ligas foi composta por 213,4 kt de ligas de ferro silício manganês (FeSiMn), 209,4 kt de ligas de ferro manganês alto carbono (FeMnAc) e 51,9 kt de ligas de ferro manganês médio carbono (FeMnMC).
Nossas minas de manganês e as plantas de ligas no Brasil foram paralisadas em dezembro de 2008 e a retomada da produção é prevista para fevereiro de 2009. A planta de ligas em Mo I Rana, Noruega, teve a manutenção de seu forno estendida até junho de 2009. As operações em Dunkerque, na França, foram interrompidas em agosto de 2008 devido a problemas com o forno elétrico e permanecerão inativas até abril de 2009. Em consequência dos cortes executados, a produção de minério de manganês no 4T08 foi de 491,0 kt, contra 694,0 kt no 3T08 e 118,0 kt no 4T07. A produção de ligas foi reduzida em 35,5% em relação ao 3T08, alcançando apenas 84,0 kt.
MINERAIS NÃO-FERROSOS
Níquel
Nossa produção de níquel chegou a 275,4 kt em 2008, registrando um novo recorde histórico, tendo crescido 11,1% em relação a 2007. O aumento na produção de níquel foi explicado pela melhoria contínua no desempenho dos nossos ativos, graças aos esforços de investimento na manutenção dos ativos existentes. O volume produzido no 4T08 – 73,2 kt – aumentou 1,1% em relação ao 3T08, devido principalmente à performance das operações em Sudbury, na província de Ontario, Canadá.
A produção de níquel nesse site foi de 85,3 kt em 2008, superando em 14,6 kt o volume de 2007 como resultado do excelente desempenho das minas, usina, smelter e refinarias. O aumento da produção de Sudbury foi acompanhado pelo crescimento na produção de pelotas e "powders" de níquel refinado a partir da Copper Cliff Nickel Refinery, em Sudbury, e da Clydach Refinery2, no País de Gales, Reino Unido, e por redução da produção de sinter de níquel.
A maior proporção de pelotas e "powders" de níquel refinado reflete também a maior disponibilidade e alta qualidade do concentrado de níquel derivado do matte processado, e excelente desempenho operacional em ambas as refinarias, graças principalmente ao investimento em novos equipamentos. A produção em Thompson, província de Manitoba, Canadá, foi de 28,9 kt em 2008.
No 4T08, diminuiu em 1,5% relativamente ao 4T07. Voiseys Bay, na província canadense de Newfoundland and Labrador, produziu no ano 77,5 kt de níquel contido em concentrado, o que foi 18,6 kt acima de 2007. O resultado recorde foi causado pela elevação dos teores lavrados e pelo excelente desempenho da planta de processamento.
No 4T08 a produção foi de 19,2 kt, sendo 2,7 kt abaixo do 3T08. A produção de níquel contido em matte de nossas operações na Indonésia totalizou 68,3 kt em 2008, tendo apresentado redução relativamente ao ano anterior, quando atingiu volume de 75,8 kt. No 4T08, a produção foi de 14,5 kt, 4,6 kt abaixo do 3T08. A queda na quantidade produzida já reflete a decisão de reduzir a produção de níquel refinado em resposta à forte contração da produção global de aço inoxidável.
Dadas as condições de demanda, decidimos paralisar a produção de níquel baseada em energia gerada por óleo combustível, mantendo as operações alimentadas pela geração hidrelétrica de nossas de plantas de Larona e Balambano, de custo bem mais baixo, fator muito importante no processamento de níquel saprolítico, que é muito intensiva no consumo de energia.
Bauxita
Em 2008, nossa produção de bauxita alcançou novo recorde, de 11,6 Mt, registrando aumento de 27,6% comparado ao recorde anterior de 9,1 Mt, o que se deveu ao ramp up de Paragominas. No 4T08 obtivemos o recorde de 3,5 Mt, com expansão de 32,7% relativamente aos 2,7 Mt do 4T07. A produção atribuível à Vale em Trombetas também estabeleceu novo recorde de 2,0 Mt. A operação na mina de Paragominas, no estado do Pará, produziu 4,4 Mt em 2008.
A segunda fase de Paragominas – Paragominas II – iniciou suas operações em maio de 2008 adicionando 4,5 Mtpa à capacidade nominal. A mina de Paragominas é conectada à refinaria de alumina pelo primeiro mineroduto de bauxita do mundo.
Desde o início das operações, a bauxita produzida pela planta de processamento tem apresentado granulometria menor do que a adequada, prejudicando sua filtragem. Para corrigir esse problema, foram encomendados filtros adicionais, o que permitirá a Paragominas atingir a capacidade nominal de 9,9 Mt a partir do 1S10.
Alumina
A Vale produziu 5,0 Mt de alumina em 2008, 18,2% acima de 2007, estabelecendo um novo recorde de produção. Os módulos 6 e 7 da refinaria de Barcarena entraram em operação em junho e julho de 2008, respectivamente, aumentando a capacidade nominal de produção de alumina para 6,26 Mt por ano.
O volume produzido no 4T08 foi de 1,6 Mt contra 1,2 Mt no 4T07 e 1,3 Mt no 3T08. Alumínio Nossa produção de alumínio em 2008 caiu ligeiramente, de 551,0 kt em 2007 para 543,0 kt, face à redução de 8,0 kt na Valesul. No 4T08, o volume produzido foi de 135,0 kt, contra 140,0 kt no trimestre anterior.
A produção da Albrás manteve-se constante em 115,0 kt enquanto que a da Valesul diminuiu em 5,0 kt. Em linha com a nossa decisão estratégica de reduzir produção das operações de custo mais elevado, a Valesul será temporariamente limitada a 40% de sua capacidade anual de 95,0 kt, para cumprir com obrigações contratuais.
Cobre
A produção de cobre da Vale em 2008 foi de 311,6 kt, registrando recorde e crescimento de 9,6% em relação a 2007. A produção de cobre em concentrado na mina de Sossego, em Carajás, foi de 125,9 kt em 2008, registrando expansão de 6,7% relativamente a 2007, quando houve parada para manutenção na planta de processamento durante o terceiro trimestre.
As operações canadenses, onde o cobre é extraído como subproduto do níquel, adicionaram 172,1 kt de cobre à produção da Vale, tendo representado 55,2% da nossa produção total de 2008. O aumento de 15,3 kt em relação a 2007 foi influenciado pela elevação do teor de cobre em Voiseys Bay.
A produção no 4T08 foi de 81,6 kt, apresentando, desse modo, acréscimo de 1,8% relativamente ao volume do 3T08. Subprodutos do níquel Em 2008, a produção de todos os subprodutos do níquel apresentou crescimento relativamente a 2007.
Cobalto
A produção de cobalto, influenciada pelo bom desempenho de Voiseys Bay, atingiu o recorde de 2,8 kt, com aumento de 12,1% em relação ao ano anterior. A produção no 4T08 foi de 792 toneladas métricas, 5,6% acima do 3T08.
Platina
A produção de platina e de paládio aumentou 19,1% e 20,8%, respectivamente, em 2008.
Potássio
A produção de Taquari-Vassouras em 2008 foi de 607,0 kt, 9,6% abaixo do ano anterior. Nossas operações de potássio foram paralisadas em novembro de 2008, dada a redução na demanda. Isto resultou em uma forte redução de produção no 4T08, de 40,9% contra o 3T08, atingindo 102,0 kt.
Caulim
Em 2008 a produção de caulim chegou a 1,1 Mt, tendo apresentado queda em comparação com a de 2007, de 1,4 Mt. A PPSA produziu 528,0 kt, com redução de 17,5%, enquanto que na Cadam a quantidade produzida foi de 602,0 kt, tendo diminuído em 15,8%.
A contração da demanda de caulim para revestimento pela indústria de papel acarretou corte nos planos de produção de nossas subsidiárias, Cadam e PPSA, da ordem de 30%. A produção no 4T08 foi de 231,0 kt, 39,1% abaixo do 4T07 e 26,4% contra o 3T08.
Carvão
Nossa produção de carvão em 2008 alcançou 4,1 Mt, sendo 2,8 Mt de carvão metalúrgico e 1,3 Mt de carvão térmico. A produção no 4T08 atingiu recorde de 1,1 Mt, sendo 703,0 kt de carvão metalúrgico e 387,0 kt de carvão térmico.
A maior parte de nossa produção de carvão – 57,3% do total da Vale – é proveniente da Integra Coal, localizada no Hunter Valley, no estado australiano de New South Wales, onde a produção no 4T08 foi prejudicada pelas chuvas em dezembro de 2008 e a baixa taxa de alimentação na planta de lavagem de carvão (CHPP).
A produção de carvão de Carborough Downs totalizou 126,0 kt no 4T08 contra 76,0 kt no trimestre anterior, como resultado da melhoria de seu desempenho operacional. O carvão produzido nas minas de Broadlea e Carborough Downs é transportado pelo corredor logístico de Goonyella, que liga as minas de Bowen Basin, na região de Central Queensland, ao terminal marítimo Dalrymple Bay. Broadlea, atingiu produção de 195,0 kt no 4T08, impactada pelo baixo desempenho na planta de lavagem de carvão, que é compartilhada pelas duas minas.
Fonte: Agência Estado