SBG promove audiência pública em homenagem aos 70 anos da entidade

A Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), Núcleo Bahia-Sergipe, promoveu uma audiência pública, nesta terça-feira (31), no auditório da Câmara dos Vereadores, para discutir o tema: Salvador – Encostas e Riscos Geológicos Associados.

Na abertura o vereador de Salvador Hilton Coelho (PSOL) destacou a passagem do Dia do Geólogo, comemorado no dia 30, e ressaltou a importância do papel deste profissional no planejamento urbano das cidades, em especial a capital baiana que tem uma geografia complexa e exige estudos sistemáticos e detalhados, como os relacionados ao tema do debate.

A primeira a discorrer foi a professora do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Jailma Oliveira. Ela fez uma descrição da geologia local, alvo de estudos desde a graduação, mostrando como os afloramentos podem ser melhor visualizados na cidade e detalhou um histórico de elaboração do mapa geológico de Salvador.

O professor da Escola Politécnica da Ufba, Luiz Edmundo Campos, falou sobre os acidentes geográficos, apontando os locais de maior incidência de deslizamentos de terra em Salvador. Segundo ele o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mantem uma parceria com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Ufba para o intercâmbio de informações com o objetivo de alertar e antecipar ações relacionadas a desastres naturais.

O geólogo José Carlos Fernandes, da Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop), mostrou um histórico da evolução da ocupação da cidade de 1940 até os dias atuais. Para ele a abertura de pedreiras e saibreiras, e posteriormente, a ocupação das bordas e encostas explica as tragédias sucessivas. Outra preocupação apontada por Fernandes é a construção de "espigões" (prédios muito altos) na borda da falha geológica (zona que divide as cidades em alta e baixa).

Em seguida foi aberta uma sessão de debates, quando os participantes puderam fazer questionamentos com os palestrantes sobre as questões de urbanismo da cidade.

Antes do encerramento a presidente regional da SBG Marilda Miedema destacou a tradição da entidade, criada em 1946, em fomentar a discussão sobre o impacto social do trabalho realizado pelos geocientistas. Na sequência, convidou o geólogo Inácio Delgado para receber a Medalha Theodoro Sampaio, uma honraria concedida aos profissionais que se dedicam à pesquisa geológica.

Ele comparou a própria história com a do engenheiro e urbanista, que foi destaque em projetos importantes, entre eles a fundação da Escola Politécnica da Ufba e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Com uma trajetória similar à de Theodoro Sampaio, Inácio Delgado deixou o interior da Paraíba para estudar em regime de internato em Pernambuco e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da pesquisa geológica na Bahia, através de trabalhos realizados para a SBG, CPRM e CBPM.

No final foi servido um coquetel aos participantes, entre eles um grupo de empregados da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), que prestigiou a audiência.

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