Negócios: Mineração indica início de retomada
Mas se com o ferro as notícias se resumem a perspectivas, o que se verifica em outros segmentos são informações de crescimento na produção. A Mirabela Mineração, que havia encerrado as atividades no ano passado, comunicou à Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico (SDE) que vai retomar as atividades. Ela produz níquel.
Outra empresa que enfrentava dificuldades e encontrou o caminho da recuperação é a Caraíba Metais. Recentemente adquirida por um grupo canadense, a empresa procurou o governo não só para informar o retorno às atividades na mina de Jaguarari, mas também para anunciar que vai abrir uma nova, cujo potencial, segundo afirma o superintendente da SDE Reinaldo Sampaio, é maior que o da atual. Os valores desse investimento, disse Sampaio, não foram informados.
As páginas de boas notícias se completam, ainda, com o aumento nas exportações de diamante produzidos pela Lipari no município de Nordestina -, da reabertura da produção de ouro – pela Yamana Gold em Santa Luz – e de urânio em Caetité, e o recorde de produção da mina de vanádio em Maracás.
Líder do ranking
Em 2016, a Bahia também liderou o ranking nacional em número de requerimentos para pesquisa de bens minerais, com 2.761 processos protocolizados, ficando à frente de Minas Gerais (2.245) e Goiás (1.172). O destaque é o aumento no número de pedidos de pesquisas para o zinco, mineral que teve seu preço acrescido em 66% no ano passado e que está com a demanda aquecida.
Para não desperdiçar oportunidades e transformar o potencial em realidade, o governo estadual começou, neste mês, rodadas de conversas com o setor privado para identificar melhorias necessárias ao ambiente de negócios para o setor. A ideia, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico Jaques Wagner, é a de construir uma política estadual para o setor. A mineração exerce importante papel no desenvolvimento econômico e social, já que o subsolo do semiárido, região mais carente do estado, tem se evidenciado como uma região geológica de grande valor, disse.
R$ 20 bilhões à espera de um trem
As notícias são positivas, especialmente por terem vindo em meio à maior crise econômica e política do país. Mas ainda estão muito aquém do potencial do estado. Ainda em 2012, o governo anunciou que os investimentos previstos para a mineração baiana eram de R$ 20 bilhões até 2015.
O anúncio não se tornou realidade e os recursos ainda estão represados. A maioria deles diz respeito à produção de ferro, extração que traz grande impacto no PIB. É certo que as crises – a brasileira e a internacional – afetaram os planos das empresas, mas no caso do ferro, logística é fundamental, pois responde a dois terços do preço da commodity. Segundo os planos originais, o complexo logístico que integraria a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) ao Porto Sul em Ilhéus, para escoar o ferro extraído em Caetité, deveria estar em operação desde julho de 2013.